Existe diferença entre Perigo e Risco?
Os termos Perigo e Risco são comuns no dia a dia da segurança do trabalho.
Mas será que existe diferença entre esses conceitos? E se existe, qual o impacto na nossa prática em SST?
Leia até o final e veja as respostas dessas perguntas segundo as normas mais importantes que tratam sobre esse tema.
Análises de Risco, Identificação de Perigos, Matriz de Risco… Todos esses termos referem-se a ferramentas ou processos de trabalho necessários para a Gestão de Risco de qualquer empresa
No entanto, é importante que todos os profissionais que atuam na área de Prevenção saibam a diferença entre Perigo e Risco.
Portanto, Sim! Existe diferença. Mas vamos ver até onde devemos levar essa diferença em consideração na nossa prática.
Primeiramente, esses conceitos podem ser encontrados em 2 grandes normas internacionais, que são: A OSHAS 18001 e a ISO 45001
No Brasil, está em vigor NR-01, que trata sobre a Gestão de Riscos Ocupacionais.
Segundo a NR-01, existem os Perigos ou Fatores/Fonte de Risco Ocupacional e Risco Ocupacional. Vamos ver a definição de cada um trazer uma explicação prática sobre eles.
O Perigo ou Fator/Fonte de Risco Ocupacional é a “Fonte com o potencial de causar lesões ou agravos à saúde. Elemento que isoladamente ou em combinação com outros tem o potencial intrínseco de dar origem a lesões ou agravos à saúde.”
Já o Risco Ocupacional é a “Combinação da probabilidade de ocorrer lesão ou agravo à saúde causados por um evento perigoso, exposição a agente nocivo ou exigência da atividade de trabalho e da severidade dessa lesão ou agravo à saúde.”
Então, podemos perceber que a maior diferença entre perigo e risco, é que o risco pode ser medido ou estimado em termos de probabilidade e severidade.
Vamos trazer alguns exemplos práticos.
Imagine um painel Elétrico… A eletricidade tem que estar lá para o funcionamento do painel e ela não pode ser medida em termos de probabilidade ou severidade. Portanto trata-se de um Perigo ou Fonte de Risco
Mas qual risco?
O risco mais evidente seria o levar um choque elétrico. Perceba que o Choque Elétrico pode ser medido em termos de probabilidade ou severidade. Afinal, mesmo o painel estando energizado um trabalhador pode ou não sofrer um choque elétrico, tornando esse evento mais ou menos provável.
Além disso, caso isso aconteça, esse choque pode ser irrelevante ou pode levar a consequências mais graves, tornando o choque mais ou menos severo.
Agora vamos praticar…
Se o colaborador precisa subir uma escada para trocar a luminária, o que podemos identificar como perigo e risco?
O trabalho em altura ou com diferença de nível pode ser classificado como fonte de risco ou perigo, afinal é um elemento com potencial de causar lesão ou agravo a saúde. E lembre-se que o trabalho em altura não pode ser medido em termos de probabilidade ou severidade.
Imagine-se perguntando: qual a probabilidade de realizar um trabalho em altura? Ou qual a severidade de um trabalho em altura? São perguntas incompletas precisam de algo a mais para que a resposta seja coerente. E esse algo a mais é o risco de queda.
Esse sim pode ser estimado.
Agora pergunte: qual o a probabilidade de queda do colaborador? Ou Qual a severidade das consequências da queda de um colaborador.
Para responder essas perguntas, é necessário avaliar as medidas de controle existentes (como proteções coletivas ou individuais) ou as condições da atividade (como a altura do trabalho).
Portanto, resumindo, o risco pode ser estimado, medido, enquanto o perigo não. Como a própria definição da NR-01 diz, ele á a fonte de risco.
E na prática? Como isso se aplica?
Esse é o método de análise proposto na NR-01 para o Gerenciamento de Risco Ocupacional: Identificação de Perigos; Avaliação de Riscos; Controle de Riscos, portanto é necessário entendermos a diferença entre Perigo e Riscos para o andamento do Programa.
Porém, em uma análise de Riscos para tarefa, a famosa APR, os conceitos de Perigo e Risco se misturam… E não há problema com isso, afinal todos os Perigos ou Riscos identificados nas APR devem ser considerados relevantes e de tratamento imediato, sem tanta necessidade prática de criar uma matriz para avaliar e estimar os riscos, pois recomendações que estão na APR são de atendimento obrigatório e imediato.
Portanto, ficará a cargo do profissional de SMS identificar a necessidade e utilizar o modelo que mais se aplica à situação que ele deseja.
E aí… Ficou clara a diferença entre perigo e risco? Comente aqui embaixo.
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Até mais!
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